Como eu vim parar aqui?
E alguém se importa com isso? Com quase toda certeza digo que não, mas uma vez meu irmão me disse: escreva, mesmo que seja só para você ler
Há algum tempo, venho sentindo a necessidade de me afastar da rolagem infinita das redes sociais. Elas já não me oferecem nada que realmente valha a pena, e me incomoda dedicar tanto tempo a algo que me retorna tão pouco.
Seria injusto dizer que as redes sociais só me fizeram mal. Apesar de algumas pessoas propagarem discursos simplistas, com "mocinhos" e "vilões", esse ambiente me proporcionou aprendizado e amadurecimento. Foi através dele que conheci autores, pesquisadores, podcasts e livros que hoje preenchem meu tempo livre. Ainda não consigo me ver completamente livre das redes sociais, principalmente porque são ferramentas úteis para encontrar lugares interessantes para comer, seja em viagens ou na cidade grande.
Essas reflexões se intensificaram nos últimos dias, quando me revoltei com um discurso autoritário e com nuances fascistas. Uma rede social, que hoje concentra grande parte do que chamamos de "redes sociais", propaga o direito de moldar sociedades e culturas, desrespeitando as nações que tentam proteger a sanidade de seus cidadãos.
Paralelamente a isso, passei por um "detox" de açúcar por dois meses e meio. Foi uma experiência revoltante, angustiante e libertadora, que me levou da compulsão a momentos de pavor extremo.
Espero que me afastar das redes sociais, ou pelo menos mudar a forma como me relaciono com elas, não provoque em mim uma reação tão intensa quanto a do detox de açúcar.